segunda-feira, 21 de março de 2011

Livro: Some Girls - My Life in a Harem


Confesso que andei um pouco sumida mas olhando pelo lado bom, agora que voltei, vou escrever sobre os ultimos três livro que li. O primeiro foi "Some Girls - My Life in a Harem" ("Algumas Meninas: Minha Vida em um Harém", sem previsão de lançamento no Brasil) da Jillian Lauren. Comprei esse livro no aeroporto de Miami pois já tinha acabado de ler o livro que levei para viagem e queria ler algo leve e despretensioso.

Esse livro conta a história real de uma menina  de 18 anos de classe média chamada Jillian Lauren que mora em NY e por intermédio de uma amiga, acaba indo para Brunei para participar durante duas semanas de festas organizadas pelo príncipe Jefri Bolkiah (irmão do Sultão de Brunei e na época, um dos homens mais ricos do mundo) em troca de US$20 mil. Lá ela se junta ao harém de 40 mulheres do príncipe.

A autora acabou se apaixonando pelo príncipe e ficou um ano no harém entre idas e vindas a NY. Dezenove anos depois, Jillian reuniu toda as histórias dessa experiência no livro "Some Girls". Enfim é uma leitura fácil e rápida.

Abaixo segue trechos do livro e de uma entrevista que ela deu à revista Marie Claire no ano passado.

LUXO, PODER E OSTENTAÇÃO:

"Pude perceber a importância da família real de Brunei logo que pisei no aeroporto. Havia um pôster enorme do sultão do país, Haji Hassanal Bolkiah Mu’izzadin Waddaulah, irmão do príncipe Jefri, a quem serviríamos. Dois homens usando gravatas e óculos escuros foram nos receber. Eram agentes do serviço secreto. Entramos dentro de um Mercedes-Benz preto com janelas fumê. Não disseram para onde iríamos. Depois de 20 minutos de estrada, chegamos a um complexo envolvido por enormes paredes brancas.

Quando um soldado abriu o portão, vi que o complexo parecia um parque temático infantil, inspirado nas histórias de Aladim. Em volta de um enorme palácio dourado, hectares de grama verde, uma piscina azul-turquesa reluzente e quadras de tênis. Havia também oito casas de hóspedes construídas em semicírculo. Nós, as americanas, ficaríamos hospedadas em uma delas. Parecia um set de filmagem nos anos 30."

AS FESTAS DO HARÉM:

"Logo na minha primeira noite em Brunei teve festa. Na verdade, toda noite era noite de festa. Coloquei meu vestido mais caro e fui com as meninas para o palácio ansiosa para impressionar. Fomos até um salão onde havia várias mulheres bonitas deitadas em divãs: tailandesas, filipinas e indonésias. Outras cantavam em um microfone de olhos fechados. Eram umas 40 no total. No fundo, havia uma pista de dança com um globo espelhado. Um DJ comandava o som. Logo que entramos, percebi que as meninas comentavam sobre nós.

Ari começou a nos explicar que as mulheres eram proibidas de falar com os homens da festa — o príncipe e seus amigos —, a menos que eles falassem com elas. Não deveriam mostrar as solas de seus sapatos (uma ofensa em países muçulmanos) nem manter a cabeça mais alta do que a do príncipe. Se passássemos na frente dele, deveríamos fazer reverência. Não era preciso dizer que tudo o que acontecia ali era confidencial.

As festas eram todas parecidas. As mulheres chegavam primeiro, depois os homens e, por último, o príncipe. No começo da noite, homens e mulheres conversavam normalmente enquanto bebiam. A certa altura, a luz diminuía. Eles se sentavam em sofás e as mulheres se reuniam na pista de dança e requebravam para eles assistirem. Duravam até de madrugada e só acabavam alguns minutos depois de o príncipe deixar o salão. Quando os organizadores se certificavam de que ele não voltaria, acendiam as luzes e desligavam o som. Até os homens pareciam exaustos no fim da noite. Ali, não havia sexo."

A PAIXÃO PELO PRÍNCIPE

"Logo na minha primeira festa, senti que o príncipe estava chegando antes de ele entrar na sala. As pessoas ficavam tensas com sua chegada. Ele vestia short, jaqueta e carregava uma raquete de squash. Quando apareceu, todas as garotas se viraram para ele. Era um homem bonito, apesar do cabelo espetado e de um bigodinho fino. Era forte, tinha músculos bem desenhados e cheirava a perfume caro. Era charmoso, dinâmico e enigmático. Atrás dele, dez homens igualmente devotos faziam a guarda.

Assim que nos viu no salão, o príncipe veio em nossa direção. Cumprimentou Ari, que nos apresentou. Ele não olhou para mim durante quase toda a noite. Tentei chamar a atenção, dançando no campo de visão dele. Estava entediada, achando aquilo chato, até o momento em que percebi que ele me olhava na pista. Ruborizei e senti uma corrente nervosa percorrendo meu corpo. Me senti importante, desejada. A festa estava no final.

Ele me ignorou por uma semana. Até a noite em que segurou meu braço enquanto eu caminhava. Quando parei e olhei para ele, fiz a reverência. Depois, ele colocou minha mão entre as dele, olhou para os meus olhos e disse: “Linda”. Em tese, aquele toque, aquele sinal de aprovação, não deveria significar nada para mim. Mas a lavagem cerebral deve ter surtido efeito e eu fiquei atônita. Embora me esforçasse para lembrar que era uma prostituta ali, acabei me apaixonando por ele."

Curiosidade: Hoje Jillian está casada com o baterista da banda americana Weezer e tem um filho adotivo. Mais informações: http://www.jillianlauren.com/

Um comentário:

  1. Bella, li dois livros maravilhosas de Lisa See: Shanghai Girls e Snow Flower and the Secret Fan, recomendo! bjo

    ResponderExcluir